DJ Zé Pedro

Nome cmpleto: (carece fonte)
Nome artístico: DJ Zé Pedro
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Salve, Zé Pedro (Sinopse)
Por Fábio Rizzoni


Todo mundo conhece o DJ Zé Pedro. Até mesmo quem não é tão ligado assim em música brasileira, sabe quem é aquele cara que, volta e meia, surge com chapéus loucos e coloridos, e disfarça (ou seria realça?) grandes olhos com um óculos wayfarer - de lentes transparentes – à frente de pick-ups e remixes de clássicos brazucas.


A mistura parece uma marca registrada deste gaúcho criado no Rio e radicado em São Paulo, que tem uma trajetória marcada principalmente por transformar canções que, antes dele, seriam impensáveis de serem lançadas às pistas. Zé Pedro coloca mesmo todo mundo pra dançar.


Mas hoje, este mesmo Zé Pedro me colocou pra pensar.
Durante minha navegação matinal e obrigatória, já não lembro mais porque cargas d’água fui parar em sua página no Twitter. E, de lá para o seu blog, foi um pulo (digo, um clique). Resultado: passei as últimas duas horas devorando seus posts, imerso entre resenhas, ideias, pensamentos, memórias, crônicas e outras declarações de amor, principalmente às musas da MPB.


Entre os primeiros textos, fiquei apaixonado por seu relato de uma noite romântica vivida no restaurante do Terraço Itália. E descobri que, do alto daquela visão fabulosa da cidade de São Paulo, vista do 41º andar, Chico Buarque e o MPB-4 fizeram o show da virada do Rèveillon de 1967, aquele mesmo ano do Festival que mudou tudo na MPB – e que ele comenta em outro post, sobre o elogiado documentário de Renato Terra e Ricardo Calil.


Cinema, teatro, literatura, redes sociais, moda… tudo vira música no texto de Zé Pedro. Não importa qual seja a pauta: ele irá encaixar em qualquer tema uma frase, uma lembrança, uma referência pessoal, seja do que toca hoje em seu ipod, seja de uma Copacabana que não existe mais: a da sua infância, vivida nos anos 1970 e 80. Em todas, a trilha e o figurino são compostos por um clássico de Nana, Alcione, Marina, Célia, Lucina, Marisa, Vanessa ou Vanusa – ela mesmo, a diva loira que, recentemente, foi execrada em território virtual. Ou até mesmo Rita, a quem elem ele se declara “andar jururu” e ter saudades do tempo em que inéditas eram mais frequentes.


Pela minha leitura descobri que, por baixo daquele chapéu, também bate um coração. Um coração e uma mente que, em um outro post, debruçou-se sobre a obra pop de Lulu Santos e percebeu que, debaixo daquelas batidas, também habita um poeta. E é do blog do Zé (olha a intimidade) que eu tomo a liberdade de fazer um copiar e colar emocional de sua página para cá, com as frases pinçadas de canções de Lulu que a gente canta dançando – ou dança cantando – imersos na música, sem prestar atenção na letra. Confesso que, neste post – intitulado “Toda Forma de Amor” – eu fiquei realmente “chapado”: à exceção de Assim Caminha a Humanidade que, apesar de super agitada, esconde uma letra triste, nunca tinha conseguido pensar em nenhuma outra composição de Lulu Santos com este olhar.


Ele diz:
"(…) Lulu sempre arrastou multidões aos seus espetáculos que são transformados em grandes karaokês tamanha a força do coro popular entoando todo o seu repertório do início ao fim. Mas a minha sensação é de que ninguém repara no brilho de suas letras. Ninguém aprecia com a devida atenção seu jogo de palavras misturando humor, inteligência , sutileza numa mistura fina e exata que o coloca sim entre os principais compositores desse país".


Salve Zé Pedro, sua musicalidade, e também sua inteligência, irreverência e sensibilidade. Que você continue – como diz aquela outra pérola brasileira – cheio de graça, fazendo a gente feliz. Seja na pista, seja na leitura.


Um abraço do teu fã (na música) e do teu mais novo fã (nas palavras).


[ Fonte: www.musicaeletra.com.br, 30/11/2010 ]





Notícias / Cultura Pop 
Por Gabriel Marchi


DJ Zé Pedro resgata cantoras brasileiras com selo Jóia Moderna: saiba +!
Inspirado por sua obsessão por cantoras brasileiras, o DJ e agora empresárioZé Pedro lança a gravadora/selo Jóia Moderna. A primeira leva de lançamentos traz uma caixa com Zezé Motta e o álbum “Negra Melodia” (interpretando Jards Macalé e Luiz Melodia), Cida Moreira com o voz-e-piano “A Dama Indigna”, onde reinterpreta canções de Tom Waits, Amy Winehouse, Chico Buarque e Caetano Veloso, e Silvia Maria com o álbum “Ave Maria”.


Completa o box o projeto “A Voz da Mulher Na Obra de Taiguara”. Quatorze vozes femininas entre elas Claudette Soares, Fafá de Belém, Teresa Cristina interpretam canções de Taiguara, compositor e músico dos anos 1970. “Queria mostrar com isso que essas cantoras não estão presas a um passado de glória, ainda existe um passado e um presente para elas cumprirem em suas carreiras”, conta Zé Pedro.


O FFW conversou com ele sobre a intenção e o desenvolvimento da Joia Moderna – confira na entrevista!


Como foi feita a curadoria desses discos/artistas?
Pensei nos lugares escuros da MPB. Cantoras que não encontram mais espaço no mercado por descuido ou falta de informação e que ainda estão cheias deótimas idéias, talento e vitalidade.


Que dificuldades (técnicas, burocráticas e criativas) você enfrentou para lançar os discos?
Fui cumprindo as etapas passo a passo sem pensar em responsabilidades e temores. A vontade de trazer à tona essas grandes vozes brasileiras sempre foi maior que qualquer impossibilidade. Por serem discos inéditos, ficamos todos excitados em fazermos um trabalho novo, pesquinsando músicas pouco conhecidas do grande público ou ainda inéditas.


Quanto tempo para compor o catálogo que temos hoje?
Acredite se quiser mas esses quatro trabalhos foram produzidos e lançados em apenas três meses. Existia uma vontade muito grande da parte delas em voltarem ao disco e aos shows que serão gerados à partir desses trabalhos.


Quais são os desafios da gravadora para o futuro?


O Brasil é um celeiro de cantoras. Um país imenso que muitas vezes esquece de grandes talentos. O meu desafio é fazer um levantamento dessas voze que caíram no esquecimento e conseguir trazê-las de volta para um publico saudoso ou apresentá-las para uma geração mais jovem


Existe a intenção futura de gravar novos materiais pela joia moderna?
Como sou um apaixonado por vozes femininas, estou sempre atento aos novos talentos. Mas continuo achando que uma nova cantora sempre terá  mais chances de ser recebida pelo grande mercado do que alguém que já tenha tido uma trajetória musical no passado, por isso meu foco principal será sempre o resgate dessas grandes mulheres.


De onde vem o nome?
De um LP gravado por Alaíde Costa de 1961 chamado Joia Moderna. E o impulso inicial de fundar uma gravadora veio de uma frase de uma canção de Caetano Veloso que diz: ” a vida tem uma dívida com a música perdida”


O que você tem ouvido de música brasileira contemporânea?
Adoro Nina Becker, Vanessa da Mata, Karina Buhr e Barbara Eugenia.


[ Fonte: ffw.com.br, 17/02/2011 ]





[ Editado por Pedro Jorge, em 02/10/2011 ]