segunda-feira, 25 de julho de 2011

Demônios da Garoa




Nome do grupo: Demônios da Garoa
Ano de formação: (carece fonte)
Local: São Paulo/SP
Integrantes (originais):
Integrantes (atuais):
Gênero: Samba






LETRA COMENTADA / "Trem das Onze" (115)
Por Leonardo Davino* ( 25/04/2010 )


O conjunto vocal Demônios da garoa está nos trilhos da canção há mais de 60 anos (em 1994 entrou para o Guinness Book como o grupo mais antigo em atividade). É um símbolo de São Paulo e seus costumes. O grupo é o melhor intérprete de Adoniran Barbosa e suas canções-crônicas sobre o modo e a cidade paulista. Não à toa,"Saudosa maloca", "Samba do Arnesto" e "Trem das onze", entre tantos outros sucessos ganharam notoriedade pelas originais interpretações do grupo.


Cantando as agruras dos habitantes das periferias paulistas, em especial dos imigrantes italianos e dos caipiras, com seus sotaques singulares, o grupo atravessou gerações unindo a melancolia e a alegria (bom humor e vontade de vencer) dos "desterritorializados" que enchem a megalópole.


É com este mote que podemos ler "Trem das onze" (Trem das onze, 1964). Aqui, um sujeito fora de seu lugar (de Jaçanã), precisa deixar o amor para voltar ao seu lar. O tempo corre contra o desejo de ficar junto. Ele, rapaz de bem (tem mãe e casa para olhar), não pode dormir fora de casa.


Ícones da era da mobilidade, os meios de transporte apontam ora os encontros, ora as despedidas dos sujeitos: "Você entrou no trem e eu na estação" ("Naquela estação", de Adriana Calcanhotto) e "Não posso ficar, se eu perder esse trem" ("Trem das onze") são dois bons exemplos da despedida. Além da impagável "Trem de ferro", música de Tom Jobim sobre poema de Manuel Bandeira.


Além, claro, da tematização do espaço limítrofe, fluido e instável da estação, na "Encontros e despedidas", de Milton Nascimento.


Como hino recorrente nos carnavais, "Trem das onze" pode ser lida também como o canto do folião que, percebendo o tempo que passa (as horinhas de descuido da festa pagã) precisa voltar à vida ordinária (de "bom moço"). O trem das onze antecede, assim, as doze badaladas da terça feira gorda, o fim da folia.


"Trem das Onze" (Adoniran Barbosa)


Não posso ficar
Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã


E além disso mulher, tem outras coisas
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar...


*Pesquisador e ensaísta, mestre em Literatura Brasileira, com projeto de doutorado sobre Canção e Teoria da Literatura.


Nota: Leia outras 364 letras comentadas de diversos compositores no site 365 Canções.


[ Fonte: 365cancoes.blogspot.com ]


[ Editado por Pedro Jorge, em 10/09/2011 ]


Demônios da Garoa
     
Um dos conjuntos vocais mais ativos da música brasileira nasceu em São Paulo em 1943 com o nome Grupo do Luar, tocando em festas e serenatas. Ganharam o primeiro prêmio de um concurso de rádio, e foram contratados pelas Emissoras Unidas. 


Ganharam notoriedade ao se consagrarem campeões do carnaval paulista de 1951 e 1952 com dois sambas de Adoniran Barbosa: "Malvina" e "Joga a Chave" (com Osvaldo Molles). Responsáveis pelos maiores sucessos de Adoniran, os Demônios da Garoa fizeram as gravações originais de "Saudosa Maloca", "Samba do Arnesto" e "Trem das Onze". 


Continuaram produzindo muitas gravações nas décadas de 1960, 70, 80 e 90, entrando no Livro Guiness de Recordes e 1994 como o mais antigo grupo em atividade no mundo. Entre antigos e atuais integrantes estão Cláudio Rosa, Osvaldinho da Cuíca, Toninho, Arnaldo Rosa, Antônio Gomes Neto, Artur Bernardo, Ventura Ramirez, Ivan Pires Augusto, Francisco Paulo Galo, Sérgio Rosa, Dedé Paraízo, Roberto Barbosa e Simbad.


CONTATOS PARA SHOWS


Gato Negro Produções Artísticas
Telefones: (11) 24784286 Nextel / (11) 7863-7134 ID 84*26513
E-mail: gatonegro@gatonegro.com.br


[ Fonte: gatonegro.com.br ]




Nota: Aguardem postagem completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário