segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jorge Mautner



Nome completo: Henrique George Mautner
Nome artístico: Jorge Mautner
Data de nascimento: 17 de janeiro de 1941 
Local: Rio de Janeiro/RJ
Gêneros: MPB e Tropicalismo
Instrumento: voz e violino
Período em atividade: Anos 1960 — presente
Gravadora: Warner Music


VIDA

1941
Jorge Henrique Mautner nasce no Rio de Janeiro em 17 de janeiro de 1941, filho de Anna Illich e Paul Mautner. Ambos vieram para o Brasil como refugiados na Segunda Guerra Mundial. Sua mãe, Anna, era austríaca de origem iugoslava e católica, se ocupava dos afazeres domésticos; seu pai Paul, judeu-austríaco, era extremamente culto, e entre outras atividades, trabalhou no Brasil com a comunicação da agência de resistência judaica anti-nazista.

1942
A irmã de Jorge, Susana Mautner não consegue vir da Áustria para o Brasil para ficar com seus pais, fato que traumatiza sua mãe, que passa a sofrer de uma paralísia. Assim, Mautner começa a ser educado por uma babá. Chamada Lúcia, a babá era Yalorixá, e assim Jorge se familiariza com os batuques do candomblé até os sete anos de idade.
Jorge no colo de sua babá Lúcia.

1948
Sua mãe Anna se separa de Paul, seu pai. Então se casa com o violinista Henri Müller e se muda para São Paulo, levando Jorge junto. Assim, ele perde o contato com seu pai e com sua babá, que continuam a viver no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, Henri, que é a primeira viola da Orquestra Sinfônica de São Paulo, ensina Jorge a tocar violino.
Dona Annie entre Paul Mautner e Henrique Muller, pai e padastro de Jorge.

Seu padastro faz bicos, participações em programas da Rádio Nacional, e Jorge ainda menino tem a oportunidade de conviver em meio a grandes artistas da Rádio como Aracy de Almeida, Nelson Gonçalves, BlackOut, Jorge Veiga, Tonico e Tinoco, Elizeth Cardoso, Inezita Barroso, Marlene, Emilinha Borba, entre muitos outros.

1950
Estuda no Colégio Dante Alighieri, ao longo de sua adolescência. Nele, conhece José Roberto Aguilar e Arthur de Mello Guimarães, amigos seus que são também seus personagens em seus livros. Apesar de ótimo aluno, Jorge abandona a escola no 3º ano científico, sem se formar: num contexto de repressão sexual, ele é expulso por ter escrito um texto no qual é acusado de "tarado". Hoje, o Colégio tem uma sala dedicada a Jorge Mautner.

1956
Começa a escrever Deus da Chuva e da Morte, dos 15 aos 16 anos.

1957
Nasce sua irmã Jane Liliane Müller, filha de Ana com Henri Müller.

1958
Aos seus 18 anos, tem pela 1ª vez um texto seu publicado numa revista. Descoberto pelo poeta Paulo Bonfim, Jorge Mautner é comentado no nº 13 da revista filosófica Diálogo, dirigida por Vicente Ferreira da Silva.
Neste ano, Jorge começa suas primeiras composições musicais como Iluminação, Olhar Bestial, O Vampiro…. 
Começa a praticar tai-chi chuan, prática que mantém até os dias de hoje.

1962
Publica seu primeiro livro, Deus da Chuva e da Morte, editado pela Martins Fontes, e por ele recebe o Prêmio Jabuti de Literatura. Nesta época, Mautner lança o Partido Kaos, mas logo adere ao Partido Comunista; convidado pelo professor Mario Schenberg para participar junto com José Roberto Aguillar de uma célula cultural no Comitê Central.
Lançamento do livro no Juão Sebastião Bar, em São Paulo.

1963
Mantém, até o dia do golpe militar de 1964, uma coluna diária, chamada Bilhetes do Kaos, no jornal Última Hora, na qual comenta "sua visão do mundo, baseada na trilogia sexo, sangue e futebol".
Lança seu segundo livro, Kaos, com orelha escrita por José Roberto Aguilar, pela Editora Martins Fontes.
José Roberto Aguilar

1964
Após o golpe militar, Jorge Mautner é preso e enviado para Barretos. Segundo o Exército, sua prisão seria uma forma de proteção contra as organizações pára-militares, que poderiam vitimá-lo por seu envolvimento com o ideário comunista. É solto, sob a condição de se expressar mais cuidadosamente em suas futuras obras – cuidado esse que não será tomado.
Foto: revista Fator&Fotos, março de 1964 (Largo São Francisco)

1965
Lança o livro Narciso em Tarde Cinza (que encerra a Trilogia do Kaos) pela editora Exposição do Livro. 
Lança também o livro O Vigarista Jorge, pela Von Schimdt Editora, com prefácio de Mario Schenberg. Ao contrário do que se costuma pensar, o livro não é autobiográfico, mesmo com sua linguagem policamente provocadora e com seu protagonista de nome "Jorge". 
Lança o Compacto com as músicas de protesto Radioatividade e Não, Não, Não e também o conjunto O’ Seis – Suicida Apocalipse (uma prévia dos Mutantes).
Mario Schenberg

1966
Devido ao conteúdo provocador de O Vigarista Jorge e das letras do Compacto, Jorge Mautner é incluido na lei de Segurança Nacional. Então, exila-se nos Estados Unidos e começa a trabalhar na Unesco. Como bico, Jorge traduzia livros brasileiros para o inglês e dava palestras sobre estes livros para a Sociedade Interamericana de Literatura, situada na Park Avenue, num casarão que havia sido a sede da Embaixada Soviética. Recebendo 20 dólares por livro, Jorge leu e traduziu muito nesta época, produzindo por semana vários relatórios em inglês sobre publicações da literatura brasileira.
Jorge com a família em Nova York

1967
É convidado a participar do Simpósio Interamericano em Caracas, Venezuela. Conhece e passa a trabalhar como secretário literário do escritor americano Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, teólogo da nova-esquerda do anarquismo pacifista, de quem recebe maiores influências sobre ecologia. 
Compõe duas músicas em parceria com a compositora e pianista de jazz Carla Blay.

1968
Volta para o Brasil para obter o Greencard e neste período Conhece Ruth Mendes, com quem vem a viver futuramente. 
Trabalhou no filme de Neville D’ Almeida "Jardim de Guerra", escrevendo seu roteiro e o argumento. O filme foi duramente censurado pela ditadura militar.
Ruth Mendes

1970
Viaja para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Dirige e participa do filme O Demiurgo, que é filmado na casa de seu amigo Arthur de Mello Guimarães em Londres, com participação de Gil, Caetano, José Roberto Aguilar, Péricles Cavalcanti, Leilah Assunção, entre outros. O filme é censurado para exibição pública, então Jorge passa a exibir a película para o público após seus shows. Glauber Rocha declara que O Demiurgo é o melhor filme "do" e "sobre" o exílio. Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim. Nesta época, trava seu primeiro contato com Nelson Jacobina, que vem a ser parceiro musical até os dias de hoje.

1972
Lança o LP Para Iluminar a Cidade e o compacto Planeta dos Macacos, pelo selo Pirata, da Polygram. O disco é lançado por um preço mais baixo que o de mercado, e as lojas começam a boicotá-lo. Assim, o selo Pirata deixa de existir, e o disco é retirado de circulação.
Realiza shows em penitenciárias para detentos e também na Casa das Palmeiras (de Nise da Silveira) para os internos, no Rio de Janeiro.
1973
Lança o livro Fragmentos de Sabonete (escrito em 1965, nos EUA), pela Editora Ground Informação.
Participa de uma comemoração patrocinada pela ONU pelos direitos humanos, onde foi criado o Território Livre, no Museu de Arte Moderna, com o show Banquete dos Mendigos. O show foi gravado num disco ao vivo, numa produção conjunta de Jards Macalé e da ONU, com a participação de Jorge Mautner, Nelson Jacobina, Chico Buarque, Luis Melodia, entre outros artistas que participaram do Banquete.
Jards Macalé

1974
Lança o LP Jorge Mautner, com direção musical e participação de Gilberto Gil. 
Participa do festival Abertura do Globo com a canção Bem-te-vi Bem-te-viu e recebe o 3º lugar. 
Neste ano é dispensado do Pasquim, como parte do movimento anti-baiano do jornal. Começa então sua revolta e ataque a nomes como Millor Fernandes e outros "cabeças" envolvidos com o Pasquim.
Foto: Denis Berthier - arquivo pessoal de Jane Muller

1975
Nasce sua filha com Ruth Mendes, Amora Mautner.

Nota: Leia a continuação da VIDA de Jorge Mautner, em ordem cronológica, no site: www.jorgemautner.com.br.

[ Fonte: www.jorgemautner.com.br ]


BIOGRAFIA

Jorge Mautner, nome artístico de Henrique George Mautner (Rio de Janeiro/RJ, 17 de janeiro de 1941) é um cantor, compositor e escritor brasileiro.

Filho de Anna Illichi, de origem iugoslava e católica, e de Paul Mautner, judeu austríaco, Jorge Mautner nasceu pouco tempo depois de seus pais desembarcarem no Brasil: "Eu nasci aqui um mês depois de meus pais chegarem ao Brasil, fugindo do holocausto".

No Brasil, seu pai, embora simpatizante do governo de Getúlio Vargas, atuava na resistência judaica. A mãe passou a sofrer de paralisia em razão do trauma sofrido pela impossibilidade da irmã de Jorge, Susana, ter embarcado para o Brasil com a família. Assim, até os sete anos, Jorge ficou sob os cuidados de uma babá, Lúcia, que era ialorixá e o apresentou ao candomblé.

Em 1948, seus pais se separam. Anna se casa com o violinista Henri Müller, que é a primeira viola da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Anna e Jorge se transferem para São Paulo. Henri ensina Jorge a tocar violino. Jorge estuda no Colégio Dante Alighieri. Apesar de ótimo aluno, é expulso do colégio antes de concluir o 3º ano científico, por ter escrito um texto considerado indecente.

Mautner começa a escrever seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, aos 15 anos de idade. O livro foi publicado em 1962 e compõe, com Kaos (1964) e Narciso em tarde cinza (1966), a trilogia hoje conhecida como Mitologia do Kaos.

Em 1962, adere ao Partido Comunista Brasileiro, convidado pelo professor Mario Schenberg para participar, com José Roberto Aguilar, de uma célula cultural no Comitê Central.

Após o golpe militar de 1964, é preso. É liberado, sob a condição de se expressar mais "cuidadosamente". Em 1966, vai para os Estados Unidos, onde trabalha na Unesco e trabalha na tradução de livros brasileiros. Também dava palestras sobre esses livros para a Sociedade Interamericana de Literatura. A partir de 1967, passa a trabalhar como secretário do poeta Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, sociólogo, poeta e militante pacifista anarquista da nova esquerda, de quem recebe significativa influência.

Em 1970, vai para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim. Nesta época, conhece Nelson Jacobina, que será seu parceiro musical nas décadas seguintes.

Em 10 de dezembro de1973, no período mais duro da ditadura militar, participa do Banquete dos Mendigos, show-manifesto idealizado e dirigido por Jards Macalé, em comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Do espetáculo participam também Chico Buarque, Dominguinhos, Edu Lobo, Gal Costa, Gonzaguinha, Johnny Alf, Luis Melodia, Milton Nascimento, MPB-4, Nelson Jacobina, Paulinho da Viola, Raul Seixas, entre outros artistas. Com apoio da ONU, o show acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, transformado em "território livre", e resulta em álbum-duplo gravado ao vivo. O disco foi proibido durante seis anos pelo regime militar e liberado somente em 1979.

Em 1975, nasce sua filha Amora (com a historiadora Ruth Mendes).

Em 1987 lança, com Gilberto Gil, o movimento "Figa Brasil" no show O Poeta e o Esfomeado. Figa Brasil ligado ao movimento Kaos, voltado à discussão de questões ligadas à cultura brasileira.

Literatura
Autor de vários livros, entre eles Deus da chuva e da morte (1962), que recebeu o Prêmio Jabuti de literatura, e Fragmentos de sabonete (1973).

Cinema
Em 1968, escreveu o argumento e o roteiro do filme de Neville D'Almeida, Jardim de Guerra, que acabou censurado pela ditadura militar.
Em 1970, dirigiu o longa-metragem O demiurgo (1970), em que trabalhou como ator. Do filme, também participam Gil, Caetano, José Roberto Aguilar, Péricles Cavalcanti, Leilah Assumpção. O filme é censurado.

Música
Entre seus sucessos musicais gravados por grandes nomes da MPB, incluem-se O vampiro (Caetano Veloso), Maracatu atômico (Gilberto Gil e Chico Science & Nação Zumbi), Lágrimas negras (Gal Costa), Samba dos animas (Lulu Santos) Rock Comendo Cereja, O vampiro e Samba Jambo com (Jonge).

Em 2002 lançou o CD "Eu Não Peço Desculpas", em parceria com Caetano Veloso.

* Revirão / 2007 - Gege / Warner Music
* Eu não peço desculpa / 2002 - Por Caetano Veloso
* Mitologia do Kaos – CD integrante da coletânea 2002
* O Ser da Tempestade / 1999 - Dabliú Discos
* Estilhaços de Paixão / 1996 - cd Primal Records
* Pedra Bruta / 1992 - Vinil Rock Company Records
* Árvore da Vida JORGE MAUTNER e NELSON JACOBINA / 1988 - Vinil.   Geléia Geral / WEA
* Antimaldito / 1985 - Vinil Nova República/Polygram
* Bomba de Estrelas / 1981 - CD / Vinil – WEA
* Filho Predileto de Xangô / 1978 - CBS – Compacto
* Mil e Uma Noites de Bagdá 1976 - Vinil – Phonogram
* Jorge Mautner / 1974 - Vinil – Polydor
* Para Iluminar a Cidade / 1972 - Vinil – Phonogram
* Radioatividade Não, não, não / 1966 - RCA Victor - Compacto

Bibliografia

Obras do autor
Mitologia do Kaos - Obras Completas. Azougue, 2002
Floresta Verde Esmeralda. Inédito. Texto incluído na Mitologia do Kaos, 2002.
Fragmentos de Sabonete e Outros Fragmentos. Relume-Dumará, 1995.
Miséria Dourada. Maltese, 1993
Fundamentos do Kaos. Ched Editorial, 1985.
Sexo do Crepúsculo. Global Ground, 1982
Poesias de Amor e de Morte. Global Ground, 1982
Panfletos da Nova Era. Global, 1978.
Fragmentos de Sabonete. Ground Informação, 1973.
O Vigarista Jorge. Von Schimdt Editora, 1965.
Narciso em Tarde Cinza. Ed. Exposição do Livro, 1965.
Kaos. Martins, 1963.
Deus da Chuva e da Morte. Martins, 1962.

Obras sobre o autor
MORAIS JUNIOR, Luís Carlos de. Proteu ou: A Arte das Transmutações. Leituras, audições e visões da obra de Jorge Mautner. Rio de Janeiro: HP Comunicação, 2004.
______. Proteu ou: A Arte das Transmutações. Leituras, audições e visões da obra de Jorge Mautner. 2ª Edição: Revista e Ampliada (em comemoração ao 70° aniversário de nascimento de Jorge Mautner). Rio de Janeiro: Litteris, 2011.
Jorge Mautner em movimento. Salvador: Ed. César Resac, 2004.

Teatro

Filhos do Kaos
Seu mais recente livro, Mitologia do Kaos, lançado em 2002 pela Azougue , recebeu montagem para teatro realizada pelo diretor baiano Fábio Viana. O espetáculo, de criação coletiva, reúne música, dança e teatro e foi intitulado Filhos do Kaos. É parte de um trabalho de pesquisa cênica, artística e estética que vem sendo realizado há muito tempo pelo diretor para o projeto denominado Trilogia do Kaos. Mautner, "que esteve em Salvador especialmente para assistir à estreia da performance artística, declarou "Filhos do Kaos é a própria tragédia grega viva, e todos nós sabemos (e viva Rei Lopes!) que a Grécia Antiga é aqui no Brasil!".

[ Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre ]


70 Anos do Artista Maldito 
Por Tiago Germano ( Jornal da Paraíba/PB - 18/01/2011 )

Ele não pede desculpa. Nem perdão. Aos 70 anos completos e comemorados ontem, no Rio de Janeiro, em show no Circo Voador com a Orquestra Imperial, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Luiz Melodia, Jorge Mautner continua um provocador inveterado, que faz da música, da literatura e, mais recentemente, do teatro, um único flanco para o qual dispara sua pesada artilharia.

Alistado nas frentes artísticas desde a adolescência, quando aos 15 anos escreveu seu primeiro livro (Deus da Chuva e da Morte, publicado em 1962, inaugurando uma trilogia hoje consagrada como a Mitologia do Kaos), Mautner está longe de abandonar suas altas patentes e depor o arco certeiro do seu violino.

Obstinação que contraria o conselho que ouviu logo após sua prisão em 1964. O Brasil estava em pleno Golpe de Estado que tiraria João Goulart do poder e engatilharia os rifles do poderio militar. A convite do professor Mário Schenberg, Mautner integrava uma célula do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro e foi preso logo após o golpe. A condição dada pelo Exército para sua liberação era clara: o jovem, que estava encarcerado no interior de São Paulo por sua militância em prol do ideal comunista, deveria se expressar em suas futuras obras com um pouco mais de cautela. Era tudo que Jorge Mautner não tinha.

A partir de 1967, mudou-se para os Estados Unidos, onde trabalhou na Unesco como tradutor de livros. O traje de burocrata só lhe coube, com considerável desconforto, por três anos. Foi quando, em 1970, viajou para Londres e estreitou sua relação com Caetano Veloso e Gilberto Gil , que então atravessavam o período de exílio na Inglaterra. A parceria com Caetano tem ressonâncias até os dias de hoje, e prova disso é o álbum Eu Não Peço Desculpa (2002), que suavizou a figura do artista “maldito” e é até hoje lembrado pelo público.

O “namoro” com a Orquestra Imperial data da época deste disco, quando os músicos se reuniram para a sua gravação. Kassin, seu produtor, é um dos membros-fundadores da Orquestra, e tratou de trazer todo o seu núcleo (composto por nomes como Moreno Veloso, filho de Caetano, e Nelson Jacobina, parceiro de Mautner desde a sua volta ao Brasil, quando começou a escrever no Pasquim) para o projeto.

Segundo Kassin, Mautner é o satélite em torno do qual transita a órbita do grupo. Jacobina também é todo elogios, e costuma lembrar de quando estudava música e tivera seu primeiro contato com o colega na biblioteca da sua mãe, justamente com aquela obra adolescente que tanto frisson causara no Regime Militar: Deus da Chuva e da Morte.

A incursão de Mautner pelo teatro se deu ano passado com Urucubaca, um texto inédito encenado pelo AfroReggae. O espetáculo representou a estreia oficial da trupe de teatro, e explorava o viés ora cômico, ora poético, ora político do músico, falando do tráfico de drogas e do cotidiano das comunidades faveladas.

Mautner prepara-se também para virar tema de documentário dirigido pelo jornalista Pedro Bial, que, por ser filho de refugiados políticos, enxergou na história do artista a possibilidade de evocar um pouco da sua própria história. O documentário ainda está em fase de produção e não tem data de lançamento prevista.

[ Fonte: www.jorgemautner.com.br ]

[ Editado por Pedro Jorge ]

SAIBA MAIS
Site oficial: www.jorgemautner.com.br

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