sábado, 23 de julho de 2011

Cauby Peixoto


Comentários:
"Timbre Agudo de Voz - Não chega a 10 os cantores agraciados com esse que é considerado  "uma dádiva de Deus". Cauby é patrimônio vivo da MPB. Na minha discoteca e videoteca tenho vc cantando em filme dp Mazzaropi: que lnda inerpretação e extraordinário talento. Muito obrigado e minhas recerências. Oxalá!"
Joacir Pedro de Souza Nunes ( Porto Alegre/RS, 18/04/2011 )

"Uma Homenagem a Cauby - Eu tenho 29 anos de idade e posso afirmar que ver você cantar foi um dos melhores presentes que tive. Sai de Teresina para vê-lo cantar em SP. Foi Magnífico! A voz encantadora, vigorosa, belíssima. Pena não poder ter registrado o momento a seu lado... Sou sua fã há muitos anos, e coleciono seus CDs. Saúde sempre, continue nos dando o prazer de ouvi-lo"
Roberta Andrade ( Teresina/PI, 10/02/2011 ]
[ Fonte (frases): Revista Época ]


Nome completo: Cauby Peixoto Barros
Nome artístico: Cauby Peixoto
Codinome: "Professor"
Data de nascimento: 10 de fevereiro de 1931
Local: Niterói/RJ
Gêneros: Jazz, Swing, samba-canção e MPB
Período em atividade: Década de 1940 - presente
Gravadoras: Carnaval, Todamérica, Columbia, RCA Victor, Odeon e Som Livre

BIOGRAFIA - 1

Iniciou a carreira no início da década de 1950 apresentando-se em programas de calouros como a "Hora dos comerciários", na Rádio Tupi. Atuou em seguida como crooner em diversas boates do Rio de Janeiro. Gravou o primeiro disco pelo selo Carnaval em 1951 com o samba "Saia branca", de Geraldo Medeiros e a marcha "Ai, que carestia!", de Victor Simon e Liz Monteiro. Em 1952, transferiu-se para São Paulo onde cantou como "crooner" nas boates Oásis e Arpége, além de apresentar-se na Rádio Excelsior.

Sua capacidade de interpretar canções em inglês impressionou o futuro empresário Di Veras, que lhe criou aos poucos uma estratégia de marketing da qual fazia parte a maneira de se trajar, o repertório e atitudes nos palcos. Em 1953, gravou dois discos pelo selo Todamérica com os sambas-canção "Tudo lembra você", de Marvel, Strachey, Link e Mário Donato; "O Teu Beijo", de Sílvio Donato e "Ando Sozinho", de R. G. de Melo Pinto e Hélio Ramos e a toada-baião "Aula de amor", de Poly e José Caravaggi, com acompanhamento de Poly e seu conjunto. Ainda nesse ano, assinou contrato com a gravadora Columbia na qual estreou no ano seguinte com o samba "Palácio de pobre", de Alfredo Borba e José Saccomani e a marcha "Criado mudo", de Alfredo Borba. Em seguida, fez sucesso com o slow-fox "Blue gardênia", de B. Russel e L. Lee com versão de Antônio Carlos, música tema do filme de Hollywood de igual título, que lhe abriu as portas para o estrelato.

Em pouco tempo o cantor se transformou em ídolo do rádio. Entrou para o cast da Rádio Nacional no mesmo ano. Dois anos depois, já era o cantor mais famoso do rádio, substituindo o fenômeno Orlando Silva de 20 anos antes, passando a ser perseguido pelas fãs em qualquer lugar onde estivesse. Muitas vezes, chegava a ter suas roupas rasgadas pelas admiradoras mais veementes, fenômeno inicialmente muito bem planejado pelo empresário Di Veras, como estratégia de marketing. Ainda em 1954, gravou também os Sambas-Canção "Só Desejo Você", de Di Veras e Osmar Campos Filho e "Triste Melodia", de Chocolate e Di Veras e a marcha "Daqui para a eternidade", de R. Wells, F. Karger e Lourival Faissal.

Em 1955, lançou "Blue Gardênia", seu primeiro LP no qual interpretou entre outras, a música título; "Triste melodia", de Di Veras e Chocolate; "Um sorriso e um olhar", de Di Veras e Carlos Lima; "Sem porém nem porque", de Renato César e Nazareno de Brito e "Final de Amor", de Cidinho e Haroldo Barbosa. Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna "Discos populares" escrita por ele para o jornal O Globo como o "melhor cantor do ano" recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace. Em meados dos anos 1950, fez excursões aos Estados Unidos, onde gravou várias faixas com o nome Ron Coby, tentando uma carreira internacional que acabou não acontecendo, apesar de ter gravado com um dos grandes maestros da época, Percy Faith. Em 1955, o cronista Louis Serrano do jornal "O Globo" em sua coluna "Cartas de Hollywood" escreveu sobre ele:

"Quem tem recebido elogios rasgados por aqui, é o jovem e modesto Cauby Peixoto. Não posso deixar de trazê-lo muitas vezes à minha coluna, sabendo como por aí devem estar seguindo os passos deste cantor que veio aqui gravar e está despertando tanto interesse que agora mesmo um caçador de talentos do Arthur Godfrey Show, de Nova York, anda procurando-o por toda a parte. É que Cauby veio para um hotel de Hollywood, o Knicherbocker, para ficar mais perto dos estúdios de gravação da Columbia! Se Cauby tivesse vindo para ficar, estou certo de que depois das apresentações iniciais que tive o gosto de lhe fazer e os contactos que lhe proporcionei, já teria um bom contrato. Mas o tempo limitado o tem feito perder boas propostas. "Too bad". Em 1956, gravou três LPs. Em "Você, a Música e Cauby" lançou o grande sucesso do ano e sua interpretação mais famosa, o samba-canção "Conceição", de Jair Amorim e Dunga.Do mesmo LP faziam parte ainda "Siga", de Hélio Guimares e Fernando Lobo e "Molambo", de Jayme Florence e Augusto Mesquita. No LP "O show vaI começar" interpretou "Volta ao Passado", de Fernando César; "Acaso", de Othon Russo e Nazareno de Brito; "Amor não é Brinquedo", de Ibraim Sued e Mário Jardim e "Se adormeço" e "Piano velho", de Herivelto Martins e David Nasser. Ainda nesse ano, participou do filme "Com Água na Boca" no qual interpretou seu grande sucesso "Conceição".

Gravou em 1957, pela RCA Victor, o LP "Ouvindo Cauby" no qual interpretou canções clássicas: "Nada além", de Custódio Mesquita e Mário Lago; "Chora cavaquinho", de Dunga; "Deusa da Minha Rua", de Jorge Faraj e Newton Teixeira; "Serenata", de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa; "As Três Lágrimas", de Ary Barroso; "Flor do asfalto", de J. Thomaz e Orestes Barbosa; "Na aldeia", de De Chocolat, Carusinho e Sílvio Caldas e "As pastorinhas", de João de Barro e Noel Rosa. No mesmo ano, saiu da Rádio Nacional, transferindo-se para a Rádio Tupi. Ainda nesse ano gravou em disco de 78 rpm o samba "Nono mandamento", de René Bittencourt e Raul Sampaio que se constituiu em novo sucesso de sua carreira. Participou também dos filmes "Com jeito vai", cantando "Melodia do céu"; "Chico Fumaça", cantando "Onde ela mora" e "Metido a bacana", interpretando "O Teu Cabelo não Nega".

Em 1958, lançou dois LPs, um pela gravadora RCA Victor e outro pela Columbia.

 No LP "Música e Romance", da RCA Victor cantou entre outras "Não fale de mim", de Fernando César; "Onde ela mora", de Lourival Faissal; "Melodia do céu", de Di Veras e Haroldo Eiras e "Você e eu", de Ibrahim Sued e Mário Jardim. Já em "Nosso amigo Cauby", lançado pela Columbia, gravou "Quero você", de Paulo Tito e Ricardo Galeno; "Bela Napoli", de Bruno Marnet; "Insônia", de Mário Albanese e Heitor Carrilho; "Viver sem você", de Fernando César e "Foi a noite", de Newton Mendonça e Tom Jobim. Ainda nesse ano, atuou nos filmes "De pernas pro ar", cantando "Nono mandamento"; "Minha sogra é da polícia", cantando "That's rock" e "Jamboreé", cantando "El toreador" e obteve novo êxito com o samba-canção "Prece de amor", de René Bittencourt. Nos Estados Unidos, onde foi tema de reportagens nas revistas "Time" e "Life" como o "Elvis Presley Brasileiro", em 1959, fez temporada de 14 meses, onde gravou em inglês "Maracangalha", de Dorival Caymmi, com o título de "I Go". No mesmo ano, lançou o LP "Seu amigo Cauby cantando pra você" no qual gravou "Tará-tá-tá", de Geraldo Medeiros; "Maldição", de Fernando César e Britinho; "Noite", de Raul Sampaio; "Carioca 58", de Bruno Marnet e Ari Monteiro e "Inveja", de Zé da Zilda e Zilda do Zé.

Gravou em 1960 o LP "O Sucesso na Voz de Cauby Peixoto" que marcou seu retorno para a RCA Victor. Nesse LP cantou entre outras, "Conversa", "Alguém me disse" e "Só Deus", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "A felicidade", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes e "Covarde", de Lourival Faissal. Lançou dois LPs pela RCA Victor em 1961. No primeiro, "Perdão para dois" cantou músicas como a que dá título ao disco de Alfredo Corleto e Palmeira; "Palavra que faltou" e "Eterno sono", de Adelino Moreira; "Minhas namoradas", de Oto Borges e Paulo Borges; "Ela disse-me assim", de Lupicínio Rodrigues e "Granada", de Agustin Lara. No outro LP, "Cauby canta novos sucessos", interpretou "Perdoa-me pelo bem que te quero", de Waldir Machado; "Exemplo", de Lupicínio Rodrigues; "Alma de boêmio", de Benedito Seviero e Tião Carreiro; "Brigas", de Toso Gomes e Umberto Silva; "Amar foi minha ruína", de Jayme Florence e Augusto Mesquita e "O nosso olhar", de Sérgio Ricardo.

No ano seguinte gravou "Canção que Inspirou Você", de Toso Gomes e Antônio Correia que deu nome ao LP lançado por ele naquele ano e que tinha ainda "Samba do avião", de Tom Jobim; "A vida continua", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "Poema da luz", de Maria Helena Toledo e Nelsinho e "Vou brigar com ela", de Lupicínio Rodrigues. Gravou o LP "Tudo lembra você", com a música título sendo uma versão de "These foolish things". No mesmo disco gravou "Tamanco no samba", de Orlandivo e Hélton Menezes; "Canção que nasceu do amor", de Clóvis Melo e Rildo Hora; "Meu amor, minha maldade", de Clóvis Melo e Rildo Hora e "Ave Maria dos namorados", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia.

Em 1964, abriu a famosa boate Drink, no Leme, em Copacabana, ao lado dos irmãos Moacyr, pianista, Arakén, trompetista e Andyara, cantora, apresentando-se em seu palco por quatro anos. Nesse ano, gravou o LP "Cauby interpreta" no qual cantou "Berimbau", de Baden Powell e Vinícius de Moraes; "Só quis você", de Roberto Menescau e Ronaldo Bóscoli; "Desilusão", de Ted Moreno; "Nosso cantinho", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "Amor demais", de Ed Lincoln e Sílvio César e "Lamento negro", de Orlandivo e Roberto Jorge. Em 1965, gravou o LP "Porque só penso em ti", música título, que assim como as outras 11 do disco eram de autoria da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, entre as quais, "Existe alguém"; "Minha serenata" e "Que queres tu de mim". Logo em seguida lançou o LP "Cauby canta para ouvir e dançar", com destaque para "Samba de verão", de Paulo Sérgio Valle e Marcos Valle; "Balançafro", de Luiz Bandeira e "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma das primeiras gravações desse clássico da MPB.

Em 1968, gravou ao vivo na Boate Drink o LP "Um Drink com Cauby e Leny", com a amiga e cantora Leny Eversong no qual cantaram entre outras, "Samba do avião", de Tom Jobim; "Lady be good", de Cole Porter; "Viola enluarada", de Paulo Sérgio Valle e Marcos Valle; "É de manhã", de Caetano Veloso e "Devagar com a louça", de Haroldo Barbosa e Luiz Reis. No ano seguinte, lançou pelo selo Fermata o LP "O explosivo Cauby", no qual interpretou "O que será de mim", de sua autoria; "Stella", de Fábio e Paulo Imperial; "Dalila", de Mason e Reed; "História comum", de Michel Butnariu e Juvenal Fernandes e "Zíngara".

Nos anos 1970 continuou fazendo shows em boates, mas viveu certo ostracismo na mídia, apesar de ter vencido, em 1970, o Festival de San Remo na Itália com a canção "Zíngara", de R. Alberteli, com versão de Nazareno de Brito. Nesse mesmo ano, atuou no filme "O donzelo", cantando a música "Vagador". Em 1971, participou do VI FIC da TV Globo, defendendo a canção "Verão vermelho", de Sérgio Ferreira da Cruz. Gravou pela Odeon em 1972 o LP "Superstar", com destaque para "Valsinha", de Chico Buarque e Vinícius de Moraes; "Detalhes", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; "Prá você", de Sílvio César; "Os argonautas", de Caetano Veloso e "Se todos fossem iguais a você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Em 1974, participou, ao lado da cantora Marlene, da série radiofônica "MPB-100 ao vivo", transmitida em cadeia nacional pelo Projeto Minerva, da qual resultaram oito elepês, produzidos pelo apresentador da série, R. C. Albin. Dois anos depois gravou pelo selo Som Livre o LP "Cauby" no qual cantou "Duas contas", de Garoto; "Cansei", de Raul Sampaio e Celso Castro; "A volta do boêmio", de Adelino Moreira; "O que foi que eu fiz", de Augusto Vasseur e Luiz Peixoto; "Perdão Mangueira", de Rutinaldo e Adelino Moreira e "Onde anda você", de Hermano Silva e Vinícius de Moraes.

Em 1979, participou do Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga, apresentando-se em Vitória, ES, e Recife, PE. Nesse ano, lançou também pela Som Livre outro LP intitulado apenas "Cauby" no qual interpretou canções como "Outra vez", de Isolda; "Velas ao vento", de Benito di Paula; Pode chegar", de Piska; "Medo de amar", de Tite Lemos e Sueli Costa; "Gosto de Maçã", de Wando e "Amor dividido", de Sidney da Conceição e Luiz Ayrão. Em 1980, sua carreira foi revitalizada com a gravação de "Bastidores", de Chico Buarque e "Loucura", de Joanna e Sarah Benchimol, ambas faixas do elepê "Cauby! Cauby!", que comemorou seus 25 anos de carreira. A música título desse disco foi composta especialmente para ele por Caetano Veloso. Também constaram desse LP as músicas "Dona culpa", de Jorge Ben; "Oficina", de Tom Jobim; "Brigas de amor", de Erasmo Carlos e Roberto Carlos e "Não explique", de Eduardo Dusek. A partir de então, voltou a receber convites para se apresentar em palcos de maior prestígio.

Ao lado da cantora, e também amiga, Ângela Maria, gravou dois discos nos anos de 1982 e 1992, quando se apresentaram juntos várias vezes em shows montados no Teatro Casa Grande. O primeiro deles foi sugerido por R. C. Albin e dirigido por Augusto César Vanucci. Em 1982, lançou com Ângela Maria o LP "Ângela e Cauby" no qual interpretaram "Começaria outra vez", de Gonzaguinha; "Eu não existo sem você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; "Matriz ou filial", de Lúcio Cardim; "Como vai você", de Mário Marcos e Antônio Marcos, entre outras. Ainda nesse ano, lançou o LP "Estrelas solitárias", que trazia além da música título, de Gonzaguinha, obras como "Tortura", de Florbela Espanca e Fagner; "Gosto final", de Johnny Alf; "História de amor", de Ivan Lins; "Luiza", de Tom Jobim e "Tua presença", de Mauricio Duboc e Carlos Colla.

Gravou dois LPs pela Top Tape em 1986, "Cauby", interpretando "Spot light", de Maurício Duboc e Carlos Colla; "Polaróide", de Abel Silva e Cláudio Nucci; "O ébrio", de Vicente Celestino; "Ternura", de Lyrio Panicalli e Amaral Gurgel e "Eterno rouxinol", de Abel Silva e Sueli Costa. Já no LP "Cauby Peixoto - Só sucessos", cantou hits como "Conceição", de Dunga e Evaldo Gouveia; "Solidão", de Dolores Duran; "Folha morta", de Ary Barroso; "Força estranha", de Caetano Veloso e "Flor de lis", de Djavan. Em 1988 participou do LP duplo "Há sempre um nome de mulher", também produzido por R. C. Albin para a Campanha do Aleitamento Materno premiado pelo Banco do Brasil, e do qual se venderam 600 mil cópias, apenas no Banco do Brasil. No ano seguinte, lançou pelo selo Fama/CID o LP "Cauby é show" cantando, entre outras, "A noite do meu bem", de Dolores Duran; "Ilusão à toa", de Jonny Alf; "Pianista", de Ari Monteiro e Irany de Oliveira; "Cabelos brancos", de Herivelto Martins e Marino Pinto; "Último desejo", de Noel Rosa e "Negue", de Enzo Passo e Adelino Moreira.

Em 1991, gravou o LP "Grandes Emoções" pela Polydisc no qual cantou "New York, New York", de Ebbe Kander; "Vida de bailarina", de Américo Seixas e Chocolate; "Faz parte do meu show", de Ladeira e Cazuza e um pot-pourri com "Cavalgada", "Detalhes" e "Emoções", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. No ano seguinte, gravou com Ângela Maria pela BMG Ariola o CD "Ângela e Cauby ao vivo", no qual cantaram músicas como "Nem eu", de Dorival Caymmi; "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro; "Ave Maria no morro", de Herivelto Martins; "Canta Brasil", de David Nasser e Alcyr Pires Vermelho e "Lábios de mel", de Waldir Rocha. Em 1992, participou do filme "O corpo", cantando a música "Blue gardenia".

Em 1993, foi homenageado juntamente com Ângela Maria na festa de entrega do Prêmio Sharp, para os melhores da MPB. Em 1995, gravou pela Som Livre o CD "Cauby canta Sinatra" ao lado de grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Zizi Possi, e de uma estrela internacional, Dionne Warwick, interpretando clássicos da carreira do cantor norte americano. Fez uma particpação no filme "ED Mort" em 1997 cantando "Bastidores". Em 1998, a Polydisco lançou o CD "20 super sucessos - O professor da MPB - Cauby Peixoto", com seu sgrandes sucessos. Em 1999, gravou o CD "Cauby canta as mulheres", só de canções cujos títulos são nomes de mulheres, tais como: "Izabella", de Billy Blanco; "Lígia", de Tom Jobim; "Doralice", de Antônio Almeida e Dorival Caymmi; "Dindi", de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira e "Laura", de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho.

Seus grandes sucessos continuam a ser: "Conceição", de Jair Amorim e Dunga; "Blue gardenia", de B. Russel e L. Lee, com versão de Antônio Carlos; "A pérola e o rubi" (The ruby and the pearl), de Jay Livingston e R. Evans, com versão de Haroldo Barbosa; "Molambo" de Jayme Florence e Augusto Mesquita, "Nono mandamento", de René Bittencourt e Raul Sampaio; Tarde fria", de Angelo Apolônio e Henrique Lobo, "Ninguém é de ninguém", de Umberto Silva e Toso Gomes, com versão de Luiz Mergulhão, "Bastidores" de Chico Buarque e "New York, New York", de John Kander e Fred Ebb.

Em 2000, lançou o CD "Meu Coração é um Pandeiro", pela Som Livre interpretando "Eu Canto Samba", de Paulinho da Viola; "Quem te viu, quem te vê", de Chico Buarque; "Acreditar", de Ivone Lara e Délcio Carvalho; "Festa da vinda", de Nuno Veloso e Cartola; "Morena boca de ouro", de Ary Barroso e "Kizomba (A festa da raça), de Jonas, Rodolfo e Luiz Carlos da Vila.

Ao longo de sua carreira, recebeu homenagens de muitos compositores que fizeram músicas especialmente para ele cantar, entre eles: Benito Di Paula com "Velas ao vento", Joanna com "Loucura", Tom Jobim com "Oficina", Jorge Benjor, "Dona culpa", Roberto e Erasmo Carlos, "Brigas de amor", Eduardo Dusek, "Não explique", Caetano Veloso; "Cauby! Cauby!", Carlos Dafé, "Onde foi que eu errei" e João Roberto Kelly, "Mistura". "Bastidores", seu grande sucesso nos anos 1980 e uma das canções que ele mesmo diz mais gostar, foi composta por Chico Buarque originalmente para ser gravada por sua irmã, Cristina Buarque. No entanto, devido ao enorme sucesso dessa música em sua voz, poucos são os que acreditam que esse samba com tons de bolero não tenha sido feito especialmente para ele. Gravou, desde 1951, 61 discos de 78 rpm, seis elepês 33 1/2 rpm de 10 polegadas, 51 elepês 33 1/2 rpm de 12 polegadas, 25 compactos simples de 33 1/2 e 45 rpm, 19 compactos duplos de 33 1/2 e 45 rpm, 32 K7s e mais de 20 CDs. Em 2002, foi lançada uma biografia autorizada, "O astro da canção", escrita pelo jornalista Rodrigo Faour. Nesse ano, apresentou-se com Ângela Maria no Teatro Rival BR em temporada que durou duas semanas. Na ocasião, interpretou sucessos seus como "Blue gardênia", "Conceição" e "Bastidores".

Em 2003, aos 73 anos, estreou na casa de shows "Canecão", no Rio de Janeiro onde nunca havia cantado. Na ocasião, lançou também o CD "Cauby Peixoto graças a Deus", com direção e produção de João de Aquino interpretando "Noite de paz", de Dolores Duran, "O menino de braçanã", de Luiz Vieira, "Deus me perdoe", de Humberto Teixeira e Lauro Maia e "Se eu quiser falar com Deus", de Gilberto Gil, além do seu grande hit "Conceição", ovacionado pelo público. Nesse mesmo ano, apresentou no teatro Rival BR o show "Vozes" com a cantora Selma Reis. Em 2004, foi indicado para o Prêmio Tim em cinco categorias. Nesse ano, fez show no Bar do Tom, em Ipanema mostrando seus últimos trabalhos. Em 2006, foi homenageado com o espetáculo musical "Cauby", uma superprodução com dez atores, cinco músicos, cenários de Daniela Thomas e 120 figurinos, escrito e dirigido pelo dramaturgo Flávio Marinho, no qual cantor foi interpretado pelo ator Diogo Vilela, estreou em julho no Teatro Ginástico no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, lançou o CD "Cauby canta Baden" no qual interpretou onze composições de Baden Powell, e ntre as quais, "Apelo", "Lapinha", "Pra que chorar", "Samba triste", "Violão vadio", "Canção do amor um só", "Mistério", e "Samba em prelúdio". Em abril de 2007, o texto do musical "Cauby, Cauby", de Flávio Marinho foi lançado em livro resultando em celebração ao cantor. Nesse ano, recebeu dois prêmios Tim.

Melhor cantor na categoria "Canção Popular" pelo CD "Eternamente Cauby Peixoto - 55 Anos de Carreira" da Atração Fonográfica, e melhor cantor na categoria MPB com o CD "Cauby canta Baden" da Editora Entrelinhas. Ainda em 2007, venceu o Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Música Romântica" com o CD "Eternamente Cauby Peixoto - 55 anos de carreira". Em 2009, lançou o CD "Cauby interpreta Roberto", disco idealizado e produzido por Thiago Marques Luiz para o selo Lua Nova no qual ele interpretou 12 composições de Roberto Carlos e Erasmos Carlos. Em reportagem do jornal O Globo sobre o disco, assim escreveu o crítico Antônio Carlos Miguel: "As interpretações de Cauby e os arranjos reaproximam essas composições de suas fontes originais, pré bossa nova. "Música suave" tem seu andamento de fox acentuado pelos metais; "Desabafo" ganhou tituras de tango, realçadas por cordas e bandoneon; "Não se esqueça de mim" vira uma seresta; "A volta", um samba-canção; "O show já terminou", um standard". Também fizeram parte do repertório do CD músicas como "Olha", "Sentado à beira do caminho", "Proposta" e "Seus botões".

O CD foi em São Paulo no programa "Metrópolis" exibido pela TV Cultura, e em show no Sesc Vila Mariana com ingressos esgotados. No show o cantor foi acompanhado por Hanilton Messias, no piano, Eric Budney, no baixo acústico, Ronaldo Rayol, no violão e guitarra, Nahame Casseb, na bateria, e Marcelo Monteiro, no sax e flauta, e violoncelo. Em 2010, sua vida estava sendo objeto de um filme de longa metragem, para o qual foram colhidos depoimentos de artistas, críticos e jornalistas.

[ Fonte: www.caubypeixoto.com.br ]




BIOGRAFIA -2

Cauby Peixoto Barros, ou simplesmente Cauby Peixoto (Niterói, 10 de fevereiro de 1931) é um cantor brasileiro.
Voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo "dândi", que inclui figurinos e penteados excêntricos. Em atividade desde a década de 1940, Cauby é conhecido no meio artístico como "Professor".

A família tinha a música no sangue; o pai tocava violão e a mãe bandolim; os irmãos eram instrumentistas, e o tio grande pianista. Cauby também era primo do cantor Cyro Monteiro.

Foi considerado pelas revistas Time and Life como: O Elvis Presley brasileiro. Convidado para uma excursão aos EUA, onde gravou, com nome artístico de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.

Em 1957, Cauby foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, a canção Rock and Roll em Copacabana foi composta por Miguel Gustavo, autor da marchinha Pra Frente, Brasil.

O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958), o grupo acompanha Cauby na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial.

Cauby ainda gravaria a canção "Enrolando o Rock" da banda Betinho & Seu Conjunto, após esse rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock. Apenas em 1985, participaria com a banda Tokyo - do cantor Supla - num rock-bolero chamado "Romântica", composto pelos integrantes do grupo paulista.

Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o título de I Go. Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois, participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes.

A partir da década de 1970, fez aparições frequentes em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 1979 o roteiro profissional incluiu Vitória (ES) e Recife (PE), no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.

Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o disco Cauby, Cauby, com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos Bastidores (Funarte, Rio de Janeiro) e Cauby, Cauby, os bons tempos voltaram, na boate Flag (SP).

Em 1982 uma temporada no 150 Nigth Club (SP), com os irmãos Moacir (piano) e Araquem (piston) e lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha), Recuerdos de Ipacaray (Z. de Mirkin e Demetrio Ortiz) e a valsa Boa-noite, amor (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).

Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca (São Paulo), ao lado dos irmãos Moacir, Araquem, Iracema e Andiara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o LP Quando os Peixotos se encontram, de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como Conceição entre outros.

Atualmente, apresenta-se todas as noites de segunda-feira no Bar Brahma, tradicional templo da boemia paulistana, localizado na mais famosa esquina brasileira (av. Ipiranga com São João, em São Paulo, Brasil), em temporada que já dura há mais de dois anos, com ingressos concorridos.

[ Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre ]


MENTE ABERTA / Revitsa Época

Uma Homenagem a Cauby / Um dos cantores mais populares do Brasil completa 80 anos de vida e continua à disposição da música
Por Danilo Casaletti

O que um bom cantor precisa ter? Afinação? Extensão vocal? Um bom repertório? Sim, tudo isso é preciso. Mas há um fator fundamental, talvez o mais importante: a personalidade. E para Cauby Peixoto esse ingrediente nunca faltou. Um dos cantores mais populares do país completa 80 anos de vida e 60 de carreira.

Não há quem não capriche a entonação de Cauby ao cantar os versos de Conceição – um de seus maiores sucesso. Suas roupas, seus paletós cheios de brilhos, suas perucas, sua vaidade. Tudo é lembrado quando se fala dele. É uma figura única dentro do cenário da música brasileira.

Cauby começou sua carreira como calouro de rádio na década de 1950. Fã de Orlando Silva, ele lembrava “o cantor das multidões” em seus primeiros registros musicais. Do rádio foi se apresentar em boates do Rio de Janeiro e São Paulo. Conheceu o empresário e compositor Di Veras, a quem é atribuída a “estratégia” de criar a “personalidade caubyniana”.

E deu certo. Dois anos depois de seu início de carreira, Cauby já era o novo ídolo do rádio, substituindo Orlando Silva, que ocupava o posto há duas décadas. As meninas o perseguiam, rasgavam suas roupas. Cauby virou o ídolo de uma geração.

No final dos anos 1950, veio a Bossa Nova. Pouco tempo depois, a moderna música brasileira, batizada de MPB, a jovem guarda. Cauby resistiu. Oras com mais, oras com menos destaque. Mas nunca deixou de ser ele mesmo. De cantar o que acredita, de ser romântico, exagerado. É um dos poucos remanescentes da Era do Rádio brasileira que continua produzindo.

E Cauby é assim. Calmo e sorridente, mas com garra. Desafia o tempo e qualquer limitação natural da idade. No dia em que ÉPOCA o entrevistou, em um show realizado no Sesc Belenzinho, em São Paulo, no dia 25 de janeiro, Cauby mostrou toda sua disposição em ficar a serviço da música. Já era o quarto show que ele fazia na semana. Outros dois ainda estavam por vir.

A temporada que ele apresenta no Bar Brahma - na tradicional esquina das avenidas Ipiranga com São João – já dura seis anos. As apresentações, que sempre acontecem às segundas-feiras, têm ingressos disputados.

Para marcar os 80 anos de vida e 60 de carreira, Cauby prepara três novos lançamentos. Todos inéditos. Dirigido pelo produtor Thiago Marques Luiz, Cauby deve lançar no mercado um CD onde canta músicas como Minha voz, minha vida (Caetano Veloso), Hoje (Taiguara) e Guerreiro Menino (Gonzaguinha) acompanhado apenas de violão, outra com músicas dos Beatles (“As mais românticas deles”, avisa Cauby) e um terceiro trabalho com o registro de um show que, em abril, vai comemorar suas seis décadas de profissão, com participações de Fafá de Belém, Emílio Santiago, Agnaldo Rayol e Agnaldo Timóteo.

Vida e Carreira
Cauby Peixoto Barros nasceu em 10 de fevereiro de 1931, em Niterói, no Rio de Janeiro. A música já fazia parte de sua família. Filho de um violinista e primo do sambista Ciro Monteiro, Cauby aprendeu a cantar ainda no colégio, onde fazia parte do coral. “Eu cantava alto, estridente. Moacir que me ensinou a cantar de verdade”, diz Cauby, referindo-se ao irmão, o pianista Moacir Peixoto (1920-2003).

No começo da década de 1950, Cauby foi tentar a sorte nos programas de rádio. Passou a se apresentar em boates do Rio e de São Paulo e logo conseguiu lançar seus primeiros registros em discos. O sucesso veio pouco tempo depois, com a gravação de Blue gardênia.

Em 1956, grava Conceição, um dos grandes êxitos de sua carreira. Na mesma época, aventura-se em uma carreira nos Estados Unidos. Com o nome artístico de Ron Coby, ficou dois anos se apresentando por lá e recebeu elogios da revista Time.

Nas décadas de 1960 e 70, seguiu se apresentando em casas noturnas pelo Brasil e gravando os grandes compositores da música brasileira, como Evaldo Gouveia, Tom Jobim, Banden Powell, Dorival Caymmi, Chico Buarque, entre outros.

Em 1980, lança o disco Cauby! Cauby!, com canções escritas por Caetano Veloso, Tom Jobim, Roberto e Erasmo Carlos e Jorge Benjor. O álbum comemorou os 25 anos de carreira do cantor e fez com que Cauby recuperasse prestígio dentro da música brasileira. Bastidores, de Chico Buarque, foi um estrondoso sucesso. A música é citada até hoje por Cauby como a preferida de todo o seu repertório.

Foi nos anos 1980 que Cauby inaugurou uma de suas mais famosas parcerias musicais. Ao lado da cantora Ângela Maria, Cauby gravou dois discos e fez inúmeros shows pelo País. Na década de 1990, lançou álbuns como Cauby canta Sinatra, que contou com a participação de Gal Costa, Zizi Possi, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Dionne Warwick.

Na última década, apesar de um problema de coração surgido no início dos anos 2000, Cauby continuou a se apresentar e a lançar seus trabalhos. Há cinco anos, gravou um DVD para comemorar seus 55 anos de carreira. Depois vieram Cauby canta Baden, Cauby interpreta Roberto Carlos e Cauby Sing Sinatra. Há seis anos se apresenta semanalmente no Bar Brahma, na tradicional esquina das avenidas Ipiranga com São João. Os shows, sempre às segundas-feiras, já fazem parte do calendário cultural da cidade de São Paulo.

Fonte: Revista Época, 10/02/2011

[ Fonte: www.caubypeixoto.com.br ]



RETRATOS DA VIDA / Famosos

OCTOGENÁRIO, CAUBY PEIXOTO CONTINUA EM PLENA ATIVIDADE: AOS 60 ANOS DE CARREIRA, LANÇA TRÊS DISCOS SIMULTANEAMENTE E SERÁ TEMA DE UM DOCUMENTÁRIO ( 08/10/2011 )

Passos curtos e olhar perdido, ele chega ao número 677 da Avenida São João, esquina com a Ipiranga, um dos endereços mais badalados do centrão paulistano. São 21h30m de uma noite movimentadíssima de segunda-feira, e o salão com 360 lugares já está praticamente lotado à sua espera. No camarim, simples e improvisado, num anexo do bar, o senhor octogenário, já supermaquiado e vestido com brilhos, apenas descansa as pernas e a voz para, dali a alguns minutos, entrar em cena, magistral.

Há nove anos tem sido assim, desde que o niteroiense Cauby Peixoto decidiu trocar de vez Rio de Janeiro por São Paulo.

Homemagens
Este 2011 é mais um dos memoráveis na rica trajetória de Cauby. Ao completar 80 anos de vida e 60 de carreira fonográfica, o cantor tem recebido diversas homenagens — como a Medalha Tiradentes e o Microfone de Ouro, concedidos pela Alerj, e o Latin Recording Academy’s President Merit Award —, lança amanhã, pela Lua Music, a caixa "Cauby, o mito – 60 anos de música", com três CDs ("A voz do violão", "Caubeatles" e "Cauby, 60 anos de música — Ao vivo", que sairá também em DVD), e é o personagem central do documentário "Cauby — Começaria tudo outra vez", pelas mãos do jornalista e diretor Nelson Hoineff, à espera de captação de recursos para ser finalizado.

— Fiz umas 20 entrevistas com Cauby. É um homem muito reservado, fechado, e levei algum tempo para ganhar a confiança dele. Só depois de alguns encontros, ele me aceitou e baixou a guarda para contar detalhes de sua intimidade. Impressiona como fala de oito décadas de vida sem a menor nostalgia. Ele canta como jovem, pensa como jovem, faz planos como jovem — observa Hoineff, adiantando uma das interessantes passagens do filme: — Promovi um encontrão de fãs na Confeitaria Colombo, e obtive o depoimento de uma senhora de uns 80 anos, que nunca se casou na vida, esperando por ele...

Solidão, Não!
Objeto do desejo feminino por muitos anos — as admiradoras faziam loucuras pelo moreno alto e galante da Rádio Nacional, sensação absoluta nos idos de 1950 —, Cauby escolheu casar-se com a música. No imenso apartamento em que mora, sozinho, no luxuoso bairro de Higienópolis, troca os ternos e paetês — escolhidos a dedo num montante de aproximadamente mil figurinos — pelo pijama surradinho.

— Costumo acordar às 7h. Depois do café, durmo novamente. Acordo, almoço, e durmo à tarde. Vivo muito bem descansado. À noite, vejo muita TV... Adoro novelas! — conta ele, desdenhando da solidão: — Não me sinto sozinho, não. Minha vida é muito boa! Não casei, mas namorei muito. Amei muitas mulheres, não tinha como me dedicar a uma só... Do contrário, as fãs me deixariam. E hoje eu sou mais eu!

Vida Amorosa
Melhor amiga e parceira musical de Cauby há décadas, a cantora Ângela Maria, de 83 anos, fora diversas vezes apontada como seu affair. Mas a grande paixão do cantor, segundo ele mesmo, foi a ex-atriz e vedete Dorinha Duval, de 82.

— Que amor! Como era bonita aquela mulher! — suspira Cauby, que brinca ao comentar os boatos sobre seu relacionamento com a Sapoti: — Eu bem que tentei, mas sempre cheguei tarde para namorar a Ângela. Toda vez, ela já estava acompanhada.

Perucas
As perucas, que já viraram uma marca registrada do seu visual, não seriam uma solução para a inevitável calvície. Ao contrário: quem já o viu sem garante que os cabelos, embora ralos, continuam ali, e bem pretinhos. Cauby tem uma explicação curiosa para o uso do acessório:

— É prático, me deixa sempre arrumadinho. Como tenho uma vida muito agitada, às vezes não dá tempo de me pentear...

Aparição Triunfante
Agito mesmo acontece quando o mito surge, triunfante, no salão do Bar Brahma. Cercado por quatro seguranças, Cauby faz o caminho até o minipalco ao som de "Tema da vitória" (quela canção que acompanhava cada conquista de Ayrton Senna na Fórmula 1). Em meio a aplausos efusivos, flashes, tchauzinhos e beijos jogados no ar, ele se ajeita numa cadeira giratória, ao lado de uma mesinha ornada com jarro de flores. E, acompanhado por teclado, baixo, saxofone e bateria, desfila standards do cancioneiro nacional, como "Ronda", "Madalena" e "Luiza". Hits internacionais, como "Fly me to the moon", "All the way", "I’ve got you under my skin" e "Let me try again" também fazem parte do vasto repertório, num inglês entoado com aparente perfeição.

"Cauby é extremamente dedicado, contrata professor para aprender as letras das músicas que não conhece e as pronúncias corretas. Imagine um senhor de 80 anos decorando em outra língua!", admira-se Thiago Marques Cruz, de 32 anos, produtor musical dos três novos discos de Cauby: — Foi assim com as canções dos Beatles que gravamos.

Mas o show não chega ao clímax até Cauby entoar seus maiores sucessos. É com "Conceição" e "Bastidores" que o público vai ao delírio.

Ele já Foi Ron Coby
Ao comentar os versos de "Bastidores", Cauby faz um rápido mea-culpa, rememorando cinco décadas atrás, quando passou uma temporada nos Estados Unidos, e lá se apresentou sob o nome artístico de Ron Coby:

— Nunca sofri por amor, mas já me tranquei no camarim e chorei, chorei de saudades do Brasil. Poderia ter me tornado um novo (Frank) Sinatra, me comparavam a Elvis (Presley)! Só que eu precisava voltar...

O Maior Dom do Artista Ainda lhe é Motivo de Orgulho
"Nunca desafinei, nem em ensaio. No dia em que perder minha voz, perco a vida", exagera Cauby, contando que, lá no início, chegou a assegurar seu bem mais precioso em Cr$ 3 milhões (na época, a moeda era o cruzeiro).

Atualmente sem apólices, só sob a proteção divina e alguns cuidados extras — como não beber gelado e não fumar —, o vigor vocal dá um banho na audição do cantor, que já não é a mesma. Estima-se que, ao longo dos anos, ele tenha perdido mais que 50% de sua capacidade total de escuta.

Levando uma vida confortável, Cauby admite ter construído bom patrimônio:
"Ganhei muito dinheiro com a música, sim. A maior parte, investi em imóveis. Mas, se hoje não me pagassem, vou lhe dizer: eu é que pagaria para continuar cantando".

O eterno mito não teme a morte nem se arrepende da vida que levou até aqui:
 "Começaria tudo outra vez, se preciso fosse, meu amor..." — despede-se, fazendo o que sabe de melhor.

[ Fonte: extra.globo.com ]


[ Editado por Pedro Jorge ]


SAIBA MAIS
Site oficial: www.caubypeixoto.com.br ]

CONTATO PARA SHOWS
Nancy Lara
(11) 9374-9486

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